quarta-feira, 18 de maio de 2011

Continua a caça ao voto

Noticiado pelo Correio da Manhã, ontem

Ministério da Cultura distribui um milhão de euros

http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentID=B2AD6502-2A9B-4BA1-A45D-2610B0D6475B&channelID=00000021-0000-0000-0000-000000000021

Segundo o CM o MC distribuirá  as verbas em Junho. Pois é, em Junho, não antes...convém lembrar, na hora de depositar o voto na urna, quem deu ou vai dar o dinheirinho, este ano ou no futuro...Se isto não é caça ao voto, o que é então? 
O que é estranho é que todos os dias se enchem os jornais e os noticiários das rádios e televisões com notícias da crise, bancarrota, falta de liquidez, dificuldade em honrar os compromissos do Estado perante os credores, os militares só receberam os ordenados de Abril no dia seguinte, e uma mão cheia de etcs, justificando os cortes nos salários (apesar de inconstitucionais http://independentepelafregueia.blogspot.com/2011/01/reducao-de-vencimentos-um-texto-lucido.html ) , corte de serviços públicos, cortes das pensões, aumento de impostos, mas pouco ou nada se fala da responsabilização dos autores pelo aumento descontrolado da dívida pública graças ao regabofe das Parcerias Público Privadas http://www.youtube.com/watch?v=9UcM_-5y6Qc, dos contratos ruinosos para o Estado com as empresas dirigidas pelos amigos e correligionários. E as "faces ocultas" e os "freeports". Será por medo ou por outra razão oculta?
Apesar de tudo os dirigentes políticos responsáveis pela situação deprimente a que chegou o país, não são capazes de imitar os elementos da "Troika", enquanto preparavam a documentação para acedemos à ajuda externa. Eles viajaram em classe turística, foram de taxi do aeroporto para o hotel, começaram a trabalhar às nove horas e até almoçaram sandes e ainda trabalharam em feriados. Portugal está à rasca, mas pouco preocupado com isso o primeiro ministro, tendo em vista as eleições, dava tolerância de ponto, e o pessoal foi de férias, os governantes  continuam a passear-se em classe executiva, viajam em carros topo de gama e qualquer quarto secretário de estado tem pelo menos um carro com dois chauffeurs ao dispor, isto para não falar no primeiro ministro que tem 10 chauffers e N carros, o ultimo dos quais é um chiquérrimo Audi A8 com corninhos luminosos, têm almoços bem regados no Aviz ou no Gambrinos e acham-se donos do país...
É claro que não discordo do apoio à cultura nem de que as pessoas sejam tratadas com a dignidade que merecem e conquistaram, mas se até em períodos de abundância se exige racionalidade na repartição do rendimento, muito mais num período de crise como o que vivemos. Se alguém ainda se lembra da pirâmide de Maslow a cultura não aparece na primeira prioridade e há muitos portugueses a passar fome.